sexta-feira, 8 de abril de 2011

Boas notícias para a cultura - Joinville no PAC Cidades Históricas

Segundo o Jornal A Notícia (8/4/2011), será assinado hoje em Laguna, o Acordo de Preservação do Patrimônio Cultural (APPC) - PAC das Cidades Históricas. O acordo prevê elaboração de projetos para recuperação e uso de alguns espaços de memória. Os locais que irão receber os projetos em Joinville são: Estação da Memória, Museu Nacional da Colonização e Imigração, Museu de Arte de Joinville, Museu Casa Fritz Alt, Casa Krüger, Alameda Brüstlein (Rua das Palmeiras), Cemitério do Imigrante, Sambaqui da Caieira e Rio Comprido. Além de Joinville, Florianópolis, Itaiópolis, Laguna e São Francisco do Sul também assinam hoje o acordo.

domingo, 3 de abril de 2011

Morro do Finder

Com cerca de 500 km2, o Morro do Finder abrange a principal área da mata atlântica inserida na parte urbana de Joinville e, por isso, enquadra-se na Unidade de Conservação de Proteção Integral. No local é possível encontrar espécies vegetais, como a peroba e o palmiteiro, e animais, como algumas aves e o gato-do-mato. Graças a sua biodiversidade vegetal, o parque ajuda no equilíbrio da temperatura da região, reduz ruídos e serve como abrigo para animais. Para os visitantes, há trilhas demarcadas que passam por grutas, por nascentes de rios e lagos.

Parque Morro do Finder Jonville I
Foto: Entrada do Parque Morro do Finder - Joinville

O local possui elevações que variam entre 35 e 95 metros, e da Pedra do Veloso é possível ter uma vista magnífica da Baía da Babitonga. Além disso, o parque tem como objetivo principal a preservação do ecossistema e dos recursos genéticos, com o mínimo de impacto humano, e desenvolve atividades que não descaracterizam o ambiente natural.
Atendimento
De terça a domingo, das 8 às 18 horas
Rua Antônio Haritsch, s/n – travessa da rua Piratuba – Bom Retiro
Fone: (47) 3435-8237
Parque Morro do Finder Jonville II
Foto: Trilhas - Morro do Finder - Joinville - SC

Parque Morro do Finder

Vejam o relato de Amandos Finder, em reportagem de Claudia Morriesen no Jornal A Notícia de 02 de abril de 2011. Um dos poucos parques de Joinville. Você conhece o Parque? Já conhecia sua história?

As Caras de Joinville | 02/04/2011 | 13h29min

Amandos Finder é o nome, vida e história por trás do parque do Finder

Nome do morro de 198 metros de altitude de onde observa a cidade é em homenagem a ele, mas isso não o deixa envaidecido

Claudia Morriesen | claudia.morriesen@an.com.br O caminho para subir o morro do Finder já não é mais igual ao que Amandos estava acostumado a encontrar: o que era trilha virou rua, o que era mato foi derrubado para construir casas e a subida agora exige mais esforço.

No entanto, ao subir e encarar a vista, Amandos Finder, 86 anos, encontra uma vasta área que ajudou a construir. O nome do morro de 198 metros de altitude de onde observa a cidade é em homenagem a ele, mas isso não o deixa envaidecido.

É ver o lugar que Amandos cuidou com carinho que enche os olhos do homem alto de cabelos brancos. Para entender como Amandos chegou até aqui, só retornando algumas décadas na história do joinvilense.

— Nasci no aeroporto — dispara.

É claro que, em 1924, a pista do aeroporto de Joinville, no bairro Cubatão, ainda não existia: eram apenas chácaras na região. Foi numa delas que nasceu e viveu os primeiros anos da infância, ajudando o pai e aprendendo a amar a terra e as árvores.

Quando a pista de voo começou a ser construída, a família precisou encontrar outro lugar para morar: a Amandos coube ajudar uma das irmãs a cuidar dos filhos em uma casa da Estrada Dona Francisca e terminar os estudos.

Entre cadernos e livros, Amandos aprendeu um pouquinho sobre paixão: ele tinha 15 anos quando conheceu a garota com quem viveu os últimos 66 anos. Ao lado de Irma, antiga colega de escola, construiu a vida, criou os filhos Nelson e Válter e agora vê nascer netos e bisnetos.

E é com ela que vive na rua Iririú, na mesma região que ajudou a povoar.

— Nunca fui empregado de ninguém. Quando chegou a hora de trabalhar, fui cuidar de ter um negócio meu — conta Amandos.

E foi assim que comprou o Salão Cometa, palco dos primeiros bailes do Iririú. Na época, as festas eram diferentes: começavam às oito horas da noite.

— E, às vezes, iam até as cinco da manhã — lembra, aos risos.

A música é outra paixão, já que seguiu os passos do pai, aprendeu a tocar clarinete e fundou a Jazz Cometa Band. Quando vendeu o salão, abriu o Bar e Sorveteria Cometa: e não havia um joinvilense que não conhecesse as delícias geladas que ele e dona Irma faziam. Não era difícil conhecer Amandos na época. Ele era o responsável pela chegada de muitos moradores da região, que compravam dele os terrenos no Iririú.

— Quando teve uma enchente grande em Tubarão, fui para lá e veio uma multidão de mala na mão para mudar para Joinville, nos lotes que eu vendia — lembra.

As noites também eram ocupadas: por quatro legislaturas, Amandos foi vereador. O cargo não era remunerado e as reuniões ocorriam à noite.

— E a gente tinha que pegar a bicicleta para ir nos bairros ver se a reclamação do morador procedia — relata.

Um dia, Amandos percebeu que alguns de seus lotes não podiam ser vendidos para construir casas por causa da Lei da Cota 40, mas sentiu que a região tinha potencial para outro empreendimento.

Assim construiu o Parque Florestal Bela Vista, onde os joinvilenses passavam o final de semana fazendo trilhas, piqueniques ou descansando.

— Tinha mais gente no meu parque do que na rua do Príncipe — afirma Amandos.

Dedicado, sempre gostou de cuidar do parque com as próprias mãos. Mas foram as pernas que sofreram quando toras de árvores derrubadas por um vendaval caíram sobre ele.

— Moeu minha perna direita. Fiquei quase um ano sem andar, então pensei: acho que tenho que desistir do parque — conta.

Amandos ofereceu as terras à Prefeitura e hoje já não costuma visitar o morro que leva o seu nome. Mas lamenta a falta de outros lugares como o que ele ajudou a construir.

— Joinville precisa de outros pulmões verdes — avisa.

Cartilha IPHAN

Cartilha Sobre preservação do Patrimônio Cultural

Está disponível para download a Cartilha sobre preservação do patrimônio cultural, com ênfase nas edificações do projeto Roteiros Nacionais de Imigração.
Trata-se de uma publicação do IPHAN-SC que traz informações sobre o projeto e orientações para os usuários dos bens tombados sobre legislação e cuidados com o imóvel.
Apesar do enfoque nos Roteiros Nacionais de Imigração, as informações contidas na cartilha são úteis para todos os proprietários de bens tombados.
 
Postado pelo IPHAN
25/01/2011

Bosque Schmalz, em Joinville

10 de março de 2011

MPF/SC quer preservar Bosque Schmalz, em Joinville

Bem tombado pelo Iphan em 1965 se encontra em total abandono. MPF quer que a área, que é patrimônio histórico, seja aberta à população
O Ministério Público Federal ingressou com ação civil pública, com pedido de liminar, contra a União, o Estado de Santa Catarina, o Município de Joinville, o Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e os espólios dos herdeiros da área do Bosque Schmalz, em Joinville.

Ajuizada pelo procurador da República Mário Sérgio Ghannagé Barbosa, a ação questiona o estado de quase completa ruína do imóvel de quatro mil metros quadrados, localizado na área central de Joinville. O imóvel além de não receber a manutenção adequada, traz riscos à saúde dos moradores locais, pois o mato é criadouro de animais peçonhentos e mosquitos; a falta de corte das árvores pode causar problemas com a rede de iluminação pública; além de ter ocorrido desmatamento de parte da área preservada sem a prévia autorização do Iphan.

Enfim, conforme o procurador, é total o descaso com o imóvel, "principalmente dos entes públicos e suas autarquias que são comumente responsáveis pela preservação e vigilância do patrimônio histórico em tela".

A ação requer que os herdeiros elaborem e executem um projeto de preservação do imóvel. O projeto deverá ser elaborado pela equipe técnica do Fundema e da Prefeitura Municipal de Joinville, com recomendações feitas pelo Iphan em seu relatório de análise técnica. Outro pedido é que se adote medidas necessárias para assegurar a vigilância do imóvel e impedir o acesso de terceiros não autorizados, o que coloca em risco o patrimônio histórico, cultural e ambiental.

Conforme o MPF, caso os representantes do espólio demonstrem não ter condições financeiras de preservar o bem tombado, os demais demandados, os entes públicos, é que deverão cumprir as obrigações.

Tombamento e descaso - O "Bosque Schmalz", foi tombado em 1965 como área de preservação ambiental. O tombamento do imóvel foi feito à pedido do falecido proprietário do imóvel, Adalberto Schmalz, com apoio da Prefeitura Municipal de Joinville.

O principal interesse de Schmalz, reconhecido na região como renomado orquidófilo e admirador da natureza, era o de preservar a propriedade e a mata nativa do local. Após cinco anos do tombamento do imóvel, Schmalz faleceu, e, desde então, o imóvel está abandonado e sem cuidados.

Em fevereiro de 2008, os peritos do MPF estiveram no local e informaram que a falta de manutenção na área é visível pela presença de entulho, restos de poda e corte de árvores sadias nas proximidades dos terrenos vizinhos, o que compromete o paisagismo do parque. Ou seja, o estudo pericial concluiu que desde o tombamento do imóvel até a presente data, não houve nenhum tipo de manutenção do imóvel, evidenciando o descaso.

Em março daquele ano, o MPF encaminhou recomendação ao Iphan, à Fundação Catarinense de Cultura (FCC) e à Fundação Cultural de Joinville (FCJ), para que elaborassem e executassem, em conjunto, um plano de intervenção sobre a área tombada. Porém, até agora as ações ficaram restritas a tentativas, sem que nada de concreto tenha sido feito.

Entre as discussões houve a ideia de que o Fundema, com o auxílio de outras instituições, pudesse tornar o bosque num local público e aberto à visitação, desde que houvesse controle no local. Outra proposta a ser estudada pela Prefeitura Municipal de Joinville, era a de aquisição do local, descontados os IPTU'S em atraso das herdeiras do imóvel, para que se iniciasse o processo de recuperação do bosque.

Para Mário, apesar do estado de deplorável abandono e iminente ruína, o local é um verdadeiro resquício de mata atlântica, com espécies de plantas exóticas e algumas em extinção. "O valor cultural e histórico deste imóvel é de grande importância", afirma o procurador.

Fonte: Site do Ministério Público Federal